antigos poemas de Ano Novo
Não sou um sujeito particularmente festivo. Sou quieto e relativamente silencioso. Os fins de ano desafiam-nos, aos pacatos. Nos últimos anos, vêm me apresentando oportunidade de reflexão, transformada em versículos, aos quais reproduzo abaixo.
(1)
na primeira manhã dum ano sem esperança
aromática Aurora
rosácea, risonha
deslindando-se diz:
da Luz me deleito
que infinda me informa
sou puro Começo
Tempo não sou, nem novo nem outro
tempos sois, e em tempo
nas sombras dos próprios pés
fracassais os princípios
que tolos a mim transferis
Sexta-feira, 01/jan/2021. Ainda pandêmicos, veraneando a morte em celebrações assassinas.
(2)
da contagiante alegria
unidos estão em celebração
os que mais importantes que a Vida se julgam
humildes as taças brilhando elevadas
votos de amor destilando a pedir
que emissários da Morte não sejam julgados
Sábado, 02/jan/2021.
(3)
dístico votivo
redobrado retorne
o afeto que ofertas
31/dez/2019—01/jan/2020.

(4)
haicai polidatílico
à noite, ao longe
a arruaça dos fogos
perto, tranqüila
a treliça dos grilos
31/dez/2017—01/jan/2018.