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Brama (Brahma), Ralph Waldo Emerson

Minha tradução para um poema do poeta, filósofo e ensaísta estadunidense Ralph Waldo Emerson.
Brama (Brahma), Ralph Waldo Emerson
Photo by Avijit Chinara / Unsplash

Se o assassino pensa que assassina,
Se o assassinado diz-se assassinado,
Mal sabem com que sutileza fina
Vou, venho e volto, acima, ao centro, ao lado.

Hei cerca os deuses que esqueceu a história;
Pra mim, o longe é perto, e o menos, mais;
Em tudo iguais as vejo, infâmia e glória;
E sol e sombra e noite e luz iguais.

Mal raciocina quem de mim se esquiva;
Quem foge ignora, sou a fuga e a rota;
Do aluno, sou a dúvida e a assertiva;
Do santo, a oração que a mim devota.

O deus potente anseia ver-me o lar,
E os Sete anseiam-me em sôfrego aviso;
Mas tu, que vens humilde o bem buscar,
Encontra-me, e diz não ao paraíso!

Brahma
If the red slayer think he slays, Or if the slain think he is slain, They know not well the subtle ways I keep, and pass, and turn again.

Nota

Os Sete: Os sete sábios da tradição hindu; note-se, entretanto, que diversas tradições aludem a um grupo original de sete sábios, incluindo a grega e a chinesa.