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Soneto 7: Quão temporão (How Soon Hath Time), John Milton

Minha tradução para um soneto de John Milton, composto por ocasião de seu 23o aniversário.
Soneto 7: Quão temporão (How Soon Hath Time), John Milton
Photo by Thomas Bormans / Unsplash

Quão temporão, Tempo ladrão da juventude,
Meu lustro quarto e mais três anos me roubou!
Minha apressada primavera não deixou
Flor nem florada, e nem botão inda me alude.

Talvez minha aparência esconda a plenitude
Da madurês que prematura a mim chegou
—Diversa do feliz a quem pontual vingou—,
E o homem dentro feito ao fora se me elude.

Seja ela tal ou qual, pequena seja ou grande,
Do que me cabe em sorte, ou muito ou nada seja,
Por medidas adota, e por rija mensura;

Qual o tempo e a vontade Celeste a comande,
Tal será, e se a graça de usá-la me enseja,
Sempre tal como a quer o Senhor nas alturas.

Sonnet 7: How soon hath Time, the subtle thief of youth
How soon hath Time, the subtle thief of youth, Stol’n on his wing my three-and-twentieth year! My hasting days fly on with full career, But my late spring no bud or blossom shew’th. Perhaps my semblance might deceive the truth That I to manhood am arriv’d so near; …
Soneto 1: Ó rouxinol! (O Nightingale!), John Milton
Ó rouxinol, que do ramo florido Cantas no ocaso, no bosque já quieto, Que invitas à esperança o amante inquieto, Maio enquanto é das Horas conduzido: Ao fim do dia e antes do cuco ouvido, Teu melífluo trinado locupleto Prediz o amor; se és, pois, de Zeus dileto, Se te
John Milton, Sonetos italianos
Entre abril ou maio de 1638 e agosto de 1639, o poeta ingês John Milton realiza sua viagem européia, visitando a França e a Itália; menos empolgado com aquela, demora-se mais nesta, onde trava contato com os intelectuais de Roma, Florença e Nápoles. Aproximadamente oito anos antes, porém, o interesse
Soneto 19: Ao demorar-me… (When I Consider…), John Milton
Ao demorar-me em como a luz se me extinguiu da vida ao meio, em meio ao vasto e fusco mundo, e no talento que enterrado jaz profundo, do qual nos diz: não o enterreis da Morte o fio, do qual quisera ao Sumo Ser que os repartiu dar dividendos, evitando
Paraíso Perdido em tradução de António José de Lima Leitão
O Paraíso Perdido, epopeia de John Milton; vertida do original inglês para verso português por António José de Lima Leitão. Estabelecimento do texto conforme a edição de 1840, textos introdutórios, revisão das notas originais e notas adicionais Fabiano Seixas Fernandes. Embora não seja a única, a tradução de Lima Leitão