koo, toot, tweet: redes e ruídos
Independentemente do que se pense de Elon Musk, parece estabelecido que suas novas diretrizes para o Twitter não resultaram muito produtivas, e a rede começou a se ver ameaçada por concorrentes menores.
Aplicativos semelhantes como o alemão Mastodon e o indiano Koo—que, por uma infeliz ou felicíssima coincidência fonológica, vem ganhando uma avalanche de adeptos no Brasil—, começam a despontar como alternativas.
Além da proposta básica de serem redes para a publicação de mensagens curtas, as redes em ascensão se apropriam de outra característica da rede original: seus nomes são baseados em onomatopéias para sons de animais. Forneço abaixo a tradução dos significados originais desses nomes:
- tweet (subst. chilro/chilreio, v. chilrear): som breve e agudo emitido por pássaros. O nome foi escolhido provavelmente devido à principal característica do som—a brevidade das notas, sejam as músicais dos pássaros, sejam as redigidas pelos usuários. Já é possível, devido ao tempo de existência da rede, usar as formas aportuguesadas Tuíter, tuitar e tuite(s).
- coo: (subst. arrulho, v. arrulhar/arrolar): som baixo semelhante ao dos pombos; por extensão, também significa “cortejar, flertar”; excelente uso desse duplo sentido é explorado numa das árias de Dalila no Samson de Handel. O nome da rede indiana, como se vê, foi estilizado.
- toot: (subst. barrido/bramido, v. bramir/barrir): som potente e breve, esp. o produzido por sopros como o do elefante ou de instrumentos de sopro. O Mastodon declara que seus equivalentes aos tuítes são chamados toots.