Mais sobre prazos: a impiedade acadêmica
Como já mencionei em outra ocasião, clientes em potencial às vezes escrevem a seus tradutores antes de haver finalizado seus textos. Este é um momento de tensão tradutória, uma vez que a solicitação do texto completo para orçamento pode causar certa decepção.
É compreensível que um público acadêmico deseje adiantar o planejamento da etapas finais—tanto em termos de tempo quanto de gastos—de trabalhos com prazos impiedosos; mesmo assim, é importante ter em mente o seguinte:
- A tradução é um serviço sob medida. Deve ser orçada com base na avaliação do texto finalizado.
- Os prazos de entrega do cliente devem ser informados de antemão ao tradutor. Não adianta esperar dele que magicamente se encaixe em datas que desconhece—especialmente se o texto a ser traduzido não está pronto.
A estas dicas—que repito de postagens anteriores—, acrescento a seguinte:
Não terceirize atrasos. A responsabilidades sobre seus prazos é sua, não de seu tradutor.
Como ocorre em diversos tipos de serviço, sobre encomendas apressadas incidem taxas de urgência; a urgência exige do tradutor (ou de qualquer outro profissional) que reorganize sua agenda de trabalho às pressas, trabalhe fora de seus horários regulares (por exemplo, virando a noite), e mesmo corra o risco de perder ou dispensar trabalhos e clientes.
Entretanto, entrar em contato com seu tradutor mais cedo pode, sim, ser útil; embora muito provavelmente não possa lhe oferecer garantias ou valores, talvez seja possível adiantar alguns pontos da negociação, especialmente no que diz respeito ao prazo limite de envio do texto para orçamento. Conversar abertamente com quem nos presta serviços, compreender como este serviço é prestado são ações simples que à uma humanizam as colaborações e as tornam mais eficientes.